Descrição

A presença de inúmeros sítios arqueológicos comprova que a ocupação humana na região do Vale do Ribeira, sul do Estado de SP é anterior à chegada dos Portugueses no século XVI. Essa região era utilizada como rota de passagem pelos ameríndios vindos do planalto para o litoral, bem antes das primeiras incursões dos europeus no Brasil. Os grupos indígenas no inverno desciam para o litoral para pescar. O povoamento na região se intensificou no século XVII, quando foi descoberto ouro e começaram a acontecer incursões de mineradores em algumas localidades (Cidades de Apiaí e Iporanga).
A mão-de-obra negra escrava foi introduzida no local para sua utilização na mineração, o que aconteceu principalmente na segunda metade do século passado.

Umas da primeiras cidades fundadas foi Iporanga, onde estamos localizados, em 1576, pelos bandeirantes em busca do ouro. No início do século XVIII, a atividade mineradora começou a decair e a atividade agrícola a aumentar, o que continuou a acontecer no século seguinte, quando foi introduzida a monocultura do arroz. No final do século XVIII já haviam dois núcleos grandes de povoamento na região: um em Cananéia e Iguape e outro em Xiririca (atual município de Eldorado). Em 1763, o povoado de Xiririca já tinha uma população de cerca de 600 habitantes.

No estado de São Paulo existem mais de 40 comunidades quilombolas. A maioria delas, cerca de 30, estão na região do Vale do Ribeira, distribuídas por diversos municípios, tais como Eldorado, Iporanga e Barra do Turvo. Outras comunidades estão localizadas no Litoral Norte, na região de Sorocaba e no município de Itapeva. Até maio de 2008, apenas cinco comunidades tinham recebido os títulos de suas terras pelo Governo do Estado de São Paulo: Ivaporunduva, São Pedro, Pedro Cubas, Pilões e Maria Rosa – Todas localizadas no Vale do Ribeira.

A ocupação negra do Vale do Ribeira foi feita por ex-escravos fugidos ou libertos, principalmente ao longo do século XVIII. Os escravos fugitivos chegavam à região, se casavam com mulheres locais e se fixavam em terras próximas, tornando-se pequenos agricultores.

Durante os séculos XVIII e XIX, existiam na região do Vale do Ribeira negros livres, pequenos agricultores de suas próprias terras e negros escravos, trabalhando nas fazendas dos grandes senhores.

Com a abolição da escravatura, os antigos escravos também permaneceram na região, ocupando terras desvalorizadas com o fim da mineração ou formando comunidades em terras doadas pelos antigos senhores.
As atuais comunidades de remanescentes de quilombo do Vale do Ribeira têm sua origem nos negros que de diversas formas resistiram e alcançaram a condição de camponeses autônomos, constituindo grupos com cultura singular.

Algumas das principais comunidades quilombolas do Vale do Ribeira:

  •  Comunidade de Quilombo de Bombas
  •  Comunidade de Quilombo de Cangume
  •  Comunidade de Quilombo de Galvão
  •  Comunidade de Quilombo de Ivaporunduva
  •  Comunidade de Quilombo de Mandira
  •  Comunidade de Quilombo de Maria Rosa
  •  Comunidade de Quilombo de André Lopes
  •  Comunidade de Quilombo de Pedro Cubas
  •  Comunidade de Quilombo de Praia Grande
  •  Comunidade de Quilombo de Nhunguara
  •  Comunidade de Quilombo de São Pedro
  •  Comunidade de Quilombo de Pilões

As comunidades de quilombo do Vale do Ribeira praticam uma economia que se assenta na mão-de-obra familiar e está orientada prioritariamente para a satisfação das necessidades do grupo doméstico.

Seu sistema produtivo se sustenta basicamente nas atividades agrícolas e extrativistas. No entanto, muitas vezes os quilombolas também realizam trabalho assalariado nas plantações dos grandes proprietários de terras locais ou em centros urbanos, para poderem complementar a renda familiar e adquirir alguns bens e utensílios diversos não produzidos localmente.

Hoje na região há uma série de projetos e ações de geração de renda e manejo sustentável de recursos naturais colhendo resultados positivos.

O investimento público em parques, estradas e roteiros, por sinal, comprova que o ecoturismo e o turismo de aventura são apostas dos governos estadual e federal para a região. Em novembro de 2005, por exemplo, o governo de São Paulo conseguiu um empréstimo de R$ 20 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para investimento no setor. Como contrapartida, se comprometeu a aplicar US$ 6 milhões em estratégias voltadas para o crescimento do turismo na região e para a preservação do meio ambiente.

A Parque Aventuras apoio o Circuito Quilombola. Projeto que visa fortalecer o turismo nas comunidades quilombolas do Vale do Ribeira.

Entre 2006 e 2008, em parceira com 14 comunidades quilombolas, o ISA – Instituto Socioambiental realizou a construção da Agenda Socioambiental Quilombola do Vale do Ribeira.

Neste processo, ocorreram oficinas temáticas onde foram trabalhados temas como: organização e fortalecimento comunitário, legislação ambiental, cultura, artesanato tradicional, manejo de recursos florestais, saneamento, manejo de lixo, turismo e cuidados com os agrotóxicos.

No final do processo resultou em uma publicação que expõe um diagnóstico de cada comunidade envolvida e suas principais demandas para projetos e políticas públicas.

Dentre as demandas apresentadas pelas comunidades, a melhoria da atividade turística foi destacada por 06 comunidades que serão atendidas por esta proposta.

O projeto vai buscar fomentar o potencial turístico existente com a riqueza da sociobiodiversidade do Vale do Ribeira e fortalecer as ações entre as comunidades, potencializando outras iniciativas como o fandango, as festas locais, a produção familiar, o mel, a farinha de mandioca, o arroz, feijão, típicos da cultura local.

O projeto beneficiou seis comunidades diretamente: André Lopes, Mandira, Sapatu, Pedro Cubas, Ivaporunduva e São Pedro, que já desenvolvem atividades turísticas com visitas de alunos para estudo do meio, pesquisas cientificas, visitação nos Parques Estaduais e participação em festas típicas das comunidades.

A Parque Aventuras desenvolve atividades de Turismo de Base Comunitária em 06 comunidades: Ivaporunduva, André Lopes, Nhunguara, Pilões, Praia Grande e Bombas.

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